Esta semana tivemos a nossa primeira entrevista com a comunicação social portuguesa. A Agência Lusa colocou-nos algumas questões, às quais respondemos e que aqui reproduzimos na íntegra.
1. O Partido pelos Animais vai ser um partido monotemático (dedicado apenas aos direitos dos animais)?
De modo algum, conforme se pode constatar pela leitura do nosso Manifesto. Nós somos a favor da defesa da natureza, do meio ambiente e de todas as formas de vida, o que inclui obviamente o próprio homem, cuja felicidade depende da sua relação harmoniosa com os outros seres e com o universo. Se destacamos a defesa dos direitos dos animais, é por duas grandes razões:
1 - por um lado porque são considerados em Portugal meros objectos, em termos jurídicos, com tudo o que isso implica, o que é escandaloso, além de não terem a possibilidade de se defender dos sofrimentos e exploração desnecessários de que são vítimas por parte dos humanos;
2 - por outro, porque da defesa dos animais e da natureza depende hoje a sobrevivência e a qualidade de vida da própria humanidade, sendo também esta a causa que, pela sua natureza altruísta, mais implica uma mudança mental e ética do próprio homem, que trará grandes benefícios sociais, políticos e até económicos, permitindo criar imensos novos empregos destinados à protecção dos animais, como já acontece em muitos países europeus.
2. Já teve início a recolha de assinaturas para formalizar o PPA junto do Tribunal Constitucional? Quando pensam concluí-la? (se já houver percepção de uma data)
A recolha de assinaturas já começou e os interessados podem imprimir as folhas directamente no nosso site: www.partidopelosanimais.com
Esperamos concluí-la tão breve quanto possível.
3. Chegaram a pensar numa adesão ao Bloco de Esquerda ou ao Partido Ecologista ‘Os Verdes’, que defenderam recentemente na AR os direitos dos animais? Porque decidiram criar um partido autónomo?
Nunca chegámos a equacionar essa hipótese por nos parecer evidente que a defesa dos animais, bem como da natureza, do meio ambiente e de todas as formas de vida, é transversal a todas as orientações político-partidárias, não podendo ficar limitada a nenhuma delas. Por outro lado, a dimensão desta causa é suficientemente ampla para justificar a existência de um novo partido, a ela inteiramente consagrado. Reconhecemos todavia como positivo e desejável o trabalho que outros partidos façam neste mesmo sentido. Surgimos movidos por uma causa ética e altruísta e não pelo apetite do poder.
4. Que expectativas têm a nível eleitoral?
O nosso objectivo é obtermos representação no Parlamento, tão ampla quanto possível, e gerarmos um movimento de opinião que obrigue as demais forças políticas a uma actuação mais efectiva neste domínio.
5. As diferenças entre o sistema eleitoral de Portugal e o da Holanda (onde o Party for the Animals tem dois deputados no parlamento) vão ser um obstáculo à eleição de deputados do PPA. Estão conscientes disso? Como pensam contornar o problema?
Sabemos isso, mas confiamos na vocação do povo português para ser solidário e abraçar causas nobres. Fomos os primeiros a abolir a pena de morte e despertámos a comunidade internacional para o drama de Timor. Cabe-nos hoje ampliar o nosso universalismo para além dos limites da nossa espécie e sermos solidários com todas as formas de vida. Sabemos que seremos a voz de muitos e muitos portugueses que amam a natureza e os animais, aos quais se dedicam desinteressadamente, e que não se revêem numa política que esquece completamente os direitos dos seres vivos não humanos.
Por outro lado, um dos pontos do nosso programa visará a alteração da actual lei eleitoral, que sanciona erros e injustiças flagrantes, como permitir que numa determinada região seja eleito um candidato que nada tem a ver com ela ou que os votos em branco não tenham qualquer expressão, quando manifestam uma legítima opção do eleitorado que se deveria traduzir por cadeiras vazias na Assembleia da República.
6. A que eleições pensam candidatar-se? As legislativas ou autárquicas deste ano estão no vosso horizonte?
Tudo depende da rapidez com que recolhermos as assinaturas, mas todas as formas de eleição estão no nosso horizonte.
7. Já têm o incentivo da activista dos direitos dos animais Maneka Anand Gandhi, presidente da People for Animals Índia e que foi ministra em quatro governos. Qual a importância e o simbolismo deste apoio?
Os maiores! Trata-se “apenas” de uma das maiores representantes desta causa a nível mundial, membro da família do próprio Gandhi, que já aceitou vir a Portugal quando o Partido tiver formalizado a sua constituição. Ela incarna hoje o mesmo espírito de “ahimsa”, “não-violência”, do Mahatma Gandhi.
8. Onde se vai situar o PPA no espectro partidário tradicional (esquerda, centro, direita)?
Não nos parece que faça qualquer sentido aplicar essas etiquetas tradicionais, hoje bastante equívocas, a um Partido que pela sua natureza transcende essas classificações. Defendemos o bem-estar e a felicidade de todas as formas de vida, pois todas elas estão intimamente ligadas. Isso não é de esquerda, do centro ou da direita e vai para além do antropocentrismo e egoísmo predominantes nas tradicionais forças políticas.
O PPA é a manifestação em Portugal, na esfera da acção política concreta, de uma nova forma de consciência e de sensibilidade, que surge em todo o mundo, e que visa pôr em prática um novo paradigma mental, ético e civilizacional. Sob risco de uma degradação cada vez maior da vida sobre o planeta, incluindo a vida humana, o futuro exige a prática dos valores que defendemos.
PPA responde à Comunicação Social
Publicado por PPA no dia 6 de junho de 2009
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